O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fórum dos SPFs) e outras entidades sindicais se reuniram na tarde desta quinta-feira 25 com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) em Brasília (DF) para negociar sua pauta de reivindicações (
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). O MPOG, entretanto, apresentou proposta apenas para reajuste salarial – 21,3% parcelado anualmente de 2016 a 2019 – e não quis tratar das demais reivindicações.
Sérgio Mendonça, secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público do MPOG, apresentou a proposta de reajuste parcelado, pago anualmente nos meses de janeiro de 2016 a 2019. No primeiro ano, de acordo com a proposta do governo, o reajuste seria de 5,5% – nos demais seria, em ordem, de 5%, 4,75% e 4,5%. Ressaltou que trataria apenas desse item da pauta de reivindicações, estando, do ponto de vista do governo, a negociação dos demais pontos e as reuniões setoriais dependentes do acordo em relação ao reajuste proposto.
O representante do MPOG afirmou que a proposta se baseia em um estudo realizado pelo governo, que levou em consideração aspectos tais quais o crescimento vegetativo da folha salarial dos/das servidores/as e a perspectiva de inflação e de retomada do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Justificou-se também, lembrando que o Brasil passa por uma crise econômica e um processo de ajuste fiscal.
Paulo Rizzo, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), esteve presente na reunião e lembrou que os/as SPFs reivindicam reajuste de 27,3% em parcela única no mês de janeiro de 2016, e também que os trabalhadores/as querem discutir todos os pontos da pauta de reivindicação, não apenas o reajuste salarial. De acordo com o docente, todas as entidades presentes na reunião rechaçaram a proposta apresentada pelo MPOG.
Como o MPOG não tinha proposta sobre o prosseguimento da negociação, os servidores propuseram que uma próxima reunião fosse marcada para o dia 7 de julho, o que foi acordado. Nesse meio tempo, as entidades avaliarão em suas bases a proposta de reajuste.
Paulo Rizzo, ao final da reunião, criticou a proposta apresentada. “Como vamos nos comprometer com um acordo que estabelece quatro anos de reajuste sem saber qual será a inflação dos próximos anos? Nossa posição é que os acordos salariais devem ter apenas um ano de duração. Queremos que o governo reavalie a proposta, e também que debata os demais pontos da pauta de reivindicações dos SPFs”, disse o presidente do Andes-SN.
O docente ressaltou que o Fórum dos SPFs tem reunião ampliada marcada para domingo 28, em Brasília, e que, nesse espaço, os servidores avaliarão conjuntamente a reunião com o MPOG e prepararão um calendário de ações até o próximo encontro com os representantes do governo federal. “Agora é aumentar nossa pressão, como mobilização e crescimento da greve. E trabalhar para que enchamos de gente a Esplanada dos Ministérios no dia 7 de julho, que também é dia da Caravana Nacional da Educação Federal”, concluiu Paulo Rizzo.
Andes-SN