Passado um mês de início da greve por tempo indeterminado, docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul realizam nesta quarta-feira 15, às 14 horas, Assembleia Geral com a seguinte pauta: informes, avaliação e encaminhamento. A Assembleia será para professores/as de todos os
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da UFMS. No
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de Campo Grande, ela acontecerá no Anfiteatro do Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS). Para a docência do interior, ocorrerá em locais escolhidos pelas respectivas representações de cada
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. No
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do Pantanal (CPAN), em Corumbá, a Assembleia será nesta quarta 15, às 8h30min.
Além de desvincular a pauta de reivindicação, o governo federal vem insistindo em reajuste salarial abaixo da inflação e em gotinhas: 21,3% em quatro anos. Os/as servidores/as federais, entre eles/elas docentes, querem reajuste linear de 27,3% em 2016 de uma só vez e que reponha o poder de compra. A docência rechaça parcelamento e reajuste que não leve em consideração as perdas inflacionárias.
O Comando Nacional de Greve e Mobilização do Fórum das Entidades Nacionais dos/das SPFs (servidores/as públicos/as federais) se posicionou a respeito da relutância do Executivo Federal. “Os sucessivos ataques do governo aos direitos trabalhistas, cortes orçamentários nos serviços públicos e a intensificação dos processos de privatização e terceirização foi coroado com uma proposta de ‘reposição salarial’ de 21,3% divididos em quatro anos a partir de 2016 até 2019 para os SPFs, não levando em consideração a atual perda causada pelo último reajuste concedido de forma plurianual e a inflação de 2015 que já é projetada em 10%, além de não apresentar nenhuma resposta para o restante da nossa pauta”.
Uma carta protocolada no último dia 10 pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), solicitando audiência com o Ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, sintetiza a preocupação do Magistério Superior Federal em relação à complicada situação decorrente da política de arrocho do governo federal que vem afetando as instituições federais de ensino superior. “As assembleias das seções sindicais e dos comandos locais de greve consideraram insatisfatórias as respostas dadas pelo governo e manifestaram inconformismo em relação às medidas de contingenciamento que estão impactando drasticamente a vida acadêmica.”
A resposta de integrantes do governo central às revindicações dos/das SPFs não destoam do discurso predominante no Palácio do Planalto. Numa reunião com representantes da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação) no dia 2 deste mês, o secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa, teria informado, segundo essa federação, “que o momento econômico é muito difícil, com queda real da arrecadação, o que sem dúvida faz com que as previsões orçamentárias que estão na LOA [Lei Orçamentária Anual] não tenham como ser cumpridas por insuficiência de recursos, na medida em que estão baseadas nas expectativas de receita calculadas em 2014, que não se realizaram”. Só com mobilização e muita luta será possível tirar alguma coisa do governo federal.
Assessoria de Imprensa da ADUFMS-Sindicato