No último domingo (21 de setembro), diversas pessoas foram às ruas na manifestação em Campo Grande contra a chamada “PEC da Blindagem”. O ato ocorreu no centro da cidade, em frente à Praça Ary Coelho, e foi organizado pela Frente Brasil Sem Medo em conjunto com movimentos sociais e sindicais.
Durante a mobilização, manifestantes exibiram cartazes com críticas aos parlamentares do estado que votaram a favor da proposta, além de frases contrárias à anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O grupo também ocupou o cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho, durante os momentos de sinal vermelho, entoando gritos de protesto. Alguns motoristas que passavam pelo local buzinaram em sinal de apoio.
Os participantes também caminharam pelo quarteirão entre a Rua 14 de Julho e a Rua 13 de Maio, carregando faixas e cartazes.
O deputado Pedro Kemp, presidente do diretório municipal do PT, pontuou a importância de manifestações como a ocorrida, diante da atual conjuntura do país. Para ele “o povo está dizendo que quer justiça. Aqueles que tentaram dar um golpe de Estado no Brasil precisam responder pelos seus atos. Quem já foi condenado tem que ser preso para a gente dar uma lição na história do Brasil. Não aceitamos mais golpes. Outro ponto é a PEC da blindagem que foi aprovada na Câmara dos Deputados e que, na verdade, estabelece privilégios para quem tem mandatos, além de presidentes de partidos. É um jeito para que eles não respondam perante o Supremo Tribunal Federal os processos dos quais eles são acusados e isso é um absurdo. O deputado, ele é eleito para defender os interesses do povo e não para atender os seus próprios interesses votando privilégios. Nós esperamos que com essas manifestações o Congresso repense e volte atrás e arquive esses projetos que são um absurdo. A população não aceita mais que o Congresso vote contra a vontade popular.”
A Adufms também esteve representada por vários docentes filiados. O presidente da entidade, professor José Roberto, acompanhou a caminhada e somou-se aos que carregavam cartazes e faixas. “Estamos nas ruas porque não podemos aceitar retrocessos como a chamada PEC da Blindagem, que tenta proteger políticos corruptos e enfraquecer os mecanismos de combate à corrupção. Essa proposta não representa a vontade do povo, mas sim o interesse de uma minoria que quer se colocar acima da lei. Também nos posicionamos firmemente contra qualquer tentativa de anistia aos golpistas do 8 de janeiro. O ataque à democracia foi grave, não pode ser apagado da história nem tratado com complacência. Quem atentou contra as instituições deve ser responsabilizado, para que nunca mais se repita. Nós, professores e membros filiados da Adufms defendemos a democracia, a justiça e a memória desse país”, pontuou o professor.
Mobilizações semelhantes ocorreram em outras cidades do interior de Mato Grosso do Sul, como Corumbá e Dourados. Em nível nacional, estima-se que os protestos contra a “PEC da Blindagem” tenham sido realizados em 30 cidades, incluindo todas as capitais do país.
