Atividade tinha objetivo de pressionar parlamentares
Representantes de entidades sindicais e movimentos sociais estiveram no Aeroporto Internacional de Campo Grande, por volta das 4h desta segunda-feira (18), para pressionar parlamentares sul-mato-grossenses que se dirigiriam a Brasília a votarem contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32/2020, que representa o sucateamento dos serviços públicos no Brasil. A atividade reuniu cerca de 30 pessoas, que levaram faixas, cartazes e panfletos.
De acordo com Adilson Nascimento, secretário de Formação Sindical do Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Mato Grosso do Sul (Sindsep-MS), o ato foi importante para levar a pauta às pessoas que transitavam pelo aeroporto. “Além de a gente abordar os parlamentares, pôde também dialogar com quem estava no aeroporto pegando os voos”.
“Fomos ao aeroporto para fazer essa abordagem, dialogar com os parlamentares de maneira tranquila, pacífica, democrática, mas de maneira muito firme”, destaca Adilson, que também aponta que, além dos servidores públicos, também houve presença de sindicatos de trabalhadores da iniciativa privada. “Não é uma questão apenas dos servidores públicos, não é uma defesa corporativa, mas do serviço público, que atingirá todos os trabalhadores”.
As ações contra a PEC 32 têm sido constantes durante o ano de 2021. Aprovado após sete substitutivos na Comissão Especial, por 28 votos favoráveis a 18 contrários, o texto-base da chamada “Reforma Administrativa” visa o fim da estabilidade dos servidores, com possibilidade de contratação temporárias para áreas de saúde, educação, segurança pública e gestão, entre outras áreas, favorecendo indicações políticas e criando um sistema de “troca de favores”. A PEC permite, ainda, a redução do salário e jornada em até 25%. Militares, parlamentares e juízes não estão incluídos.
Dentre os deputados federais de Mato Grosso do Sul, seis sinalizaram votar contra a PEC 32: Dagoberto Nogueira (PDT), Vander Loubet (PT), Fábio Trad (PSD), Rose Modesto (PSDB), Beto Pereira (PSDB) e, mais recentemente, Tio Trutis (PSL). Os dois últimos admitem a possibilidade de apoiarem uma Reforma Administrativa, mas não da forma que foi proposta. Luiz Ovando (PSL) afirmou ser favorável à PEC em entrevista ao jornal A Crítica, em fevereiro. Bia Cavassa (PSDB) ainda não se manifestou.