A administração da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) por questão de minutos não efetivou a mudança sem autorização prévia dos móveis e acervos do Diretório Central d@s Estudantes (DCE) da Cidade Universitária Campo Grande na tarde de terça-feira 19 de fevereiro. O ‘despejo’ só não se efetivou porque dois integrantes da direção do DCE estavam na sede e pediram prazo de até quinta-feira para avaliar a proposta de mudança em conjunto com representantes de entidades estudantis.
Um grupo de acadêmic@s ligad@s à atual direção do DCE reuniu-se no espaço da entidade após negociação com a representante da reitoria. Na avaliação, @s líderes acadêmic@s consideraram a postura adotada pela atual administração como autoritária, desrespeitosa e truculenta. “Eles chegaram de surpresa e só informaram que iam fazer a mudança para uma sala cedida próxima a Faculdade de Direito (Fadir)”. Outro dirigente pontuou que “a mudança não pode ser feita de forma abrupta, pois [no local] contém documentação contábil e administrativa da entidade. O acervo histórico da entidade remonta à década de 1960. [A mudança] não pode ser feita de repente, sem planejamento e organização prévia”.
Na reunião do movimento estudantil, prevista para quinta-feira 21 de fevereiro, a disposição é de resistir contra a decisão administrativa. “Enquanto o atual reitor midiaticamente recebe os novos alunos com sorrisos, nos bastidores, na surdina, promove o despejo da entidade representativa dos estudantes”, reclamou uma dirigente acadêmica.
O DCE funciona há mais de 27 anos ao lado do prédio da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (FAALC, antigo Centro de Ciências Humanas e Sociais). O espaço foi cedido em regime de comodato pelo Conselho Universitário (Coun), à época presidido pelo ex-reitor da UFMS, Fauze Scaff Gattass Filho (
in memoriam
). Mesmo com perfil ideológico conflitante aos d@s dirigentes estudantis, Gattass Filho estabeleceu relação diplomática e de diálogo com o segmento.
Já nas duas últimas administrações o prédio vem sendo ocupado gradativamente por órgãos da UFMS. Totalmente desfigurado internamente, abrange atualmente pouco mais de trinta metros quadrados.
Ainda sofreu incêndio criminoso em 2014
. A investigação até o momento não foi concluída pela Polícia Federal, ninguém foi punido, mesmo com registro de suspeitos gravados pelas câmaras de segurança.
No atentado considerado homofóbico
foi
queimado parte do acervo histórico do Movimento Estudantil e livros cedidos pelo professor David Victor-Emmanuel Tauro
, pela professora Idinaura Aparecida Marques e por outr@s docentes.
De acordo com dirigente estudantil, a administração cumpre recomendação da Controladoria Geral da União que vem forçando a desocupação dos prédios por entidades afins à instituição, menos bancos e empresas terceirizadas.
Assessoria de Imprensa da ADUFMS-Sindicato