A paralisação docente na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul na sexta-feira 29 foi marcada por atos, panfletagem e conversas com professores/as, alunos, alunas e técnicos/as administrativos/as. Os protestos integram ações relacionadas ao estado de greve, do qual faz parte a Assembleia Geral Extraordinária que acontecerá no próximo dia 10 para discutir e votar sobre entrada em greve a partir de 15 de junho na Federal de Mato Grosso do Sul.
No
Campus
de Campo Grande, sindicalistas da
ADUFMS
percorreram o corredor central da UFMS, salas e outros setores, explicando a situação da Universidade e expondo as reivindicações da docência. No
Campus
de Aquidauana (CPAQ), praticamente todos/as os/as docentes param. Lá, estudantes e professores/as discutiram os problemas da Universidade.
Em Corumbá, a docência do
Campus
do Pantanal (CPAN) contou com a participação de professores/as da educação básica. Unidos/as foram panfletar no centro da cidade. No final da tarde, docentes do CPAN e do ensino básico, além de alunos/as e funcionários/as técnico-administrativos/as da UFMS se reuniram para debater os problemas que atingem a educação.
Docentes da Federal de Mato Grosso do Sul continuam mobilizados em todos os
campi
com a indicação de greve para o final da primeira quinzena de junho.
A paralisação da última sexta-feira repercutiu na imprensa e, consequentemente, em todos os segmentos socioeconômicos e políticos de Mato Grosso do Sul. Em entrevista à SBTMS, durante o movimento, a estudante de Letras, Nuala Lobo Cambará, explicou que o movimento não diz respeito apenas a itens específicos de professoras e professores. “A gente sabe que a causa deles é nobre. É uma causa que abraça a gente também, porque eles querem o bem da Universidade”. Em reportagem da TV Morena, a vice-presidenta da
ADUFMS
, professora Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, criticou a surrada argumentação do Executivo Federal de que não há como atender as reivindicações dos/as professores/as em função de arrocho nas contas públicas. “O governo alega que não apresentou nenhuma proposta em razão do ajuste fiscal. Mas nós vamos continuar na luta, porque nós entendemos que o governo precisa estabelecer prioridades.”
A pauta de reivindicação dos/das docentes engloba reestruturação da carreira e reajuste de 27,3% para compensar perdas. A docência também se opõe ao corte de 35% de verbas para educação e ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/15. Aprovado na Câmara dos Deputados com a denominação de Projeto de Lei (PL) 4.330/04 e enviado ao Senado Federal, onde agora tramita como PLC 30/15, a proposta “dispõe sobre os contratos de terceirização e as relações de trabalho deles decorrentes”. A
ADUFMS
é uma das muitas instituições (sindicatos de trabalhadores/as, movimentos de sem-terra, sociais e populares) do País que combate o PLC 30.
“
Ele é uma forma de precarizar as condições de trabalho, burlar os acordos coletivos e enfraquecer os sindicatos. A terceirização atinge também o serviço público, inclusive com a contratação de docentes sem concurso. Mesmo o governo afirmando que isso não ocorrerá, é bom ficar alerta.”
Os/as professoras protestaram contra a Lei 12.425/2011 que permite contratação temporária de docentes e contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que possibilita contratação de docentes por organizações sociais. Além disso, a docência exige políticas de assistência estudantil eficazes, visando à permanência de estudantes nos cursos superiores, e qualidade do ensino público universitário. Foram criticadas as medidas provisórias 664 e 665, aprovadas pela Câmara dos Deputados, que retiram direitos das/dos trabalhadores/as. Agora, essas MPs vão ser discutidas no Senado Federal.
Nos próximos dias, professores/as, estudantes e técnicos/as administrativos/as vão discutir mais ações conjuntas que visam a um movimento unificado na UFMS. Funcionários/as técnico-administrativos/as da instituição estão em greve desde quinta-feira 28.
Assessoria de Imprensa da ADUFMS