“Pátria Educadora” corta 30% das verbas para universidades federais



Medida entra em colisão com declaração do ministro da Educação Cid Gomes, de que atividades-fim do setor não seriam atingidas pelos cortes.


Bastou o início das aulas nas instituições federais de ensino superior (Ifes) para se desvelar com mais clareza o quanto os cortes de verbas federais para a educação atingem de forma contundente as universidades públicas mantidas pelo governo central. Nem bem começou a semana e já nos deparamos com a notícia, esperada por sinal, de que as universidades federais, incluindo a Universidade de Brasília (UnB), tiveram corte de 30% dos recursos. Medida que atinge serviços terceirizados, pagamentos de bolsas e alimentação estudantil, contas de água, telefone e energia, com possíveis impactos sobre as atividades-fim – ensino, pesquisa, extensão – e hospitais universitários. Essa é a injusta fração daquele também injusto bloqueio de R$ 7 bilhões/ano de verbas que seriam direcionadas à educação.

Não demorou muito para cair por terra aquela afirmação do ministro da Educação Cid Gomes, feita em janeiro, de que o contingenciamento de recursos, sob a justificativa de que o Orçamento 2015 ainda não foi aprovado pelo letárgico Parlamento Federal – porém rápido na defesa de questões ligadas a interesses específicos de deputados e senadores – não interferiria negativamente nas atividades estratégicas do setor. Em entrevista numa reportagem do telejornal Bom Brasil (Rede Globo) nessa segunda-feira 23, o presidente do Sindicato Nacional dos/das Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), professor Paulo Marcos Borges Rizzo, disse que “[o corte] já tem afetado várias universidades nos serviços terceirizados, que não estão sendo pagos, assistência estudantil, problemas de bolsa que começam a afetar academicamente as universidades”.

Reitoras e reitores de universidades federais de todo o Brasil pretendem desembarcar em Brasília para conversar com Cid Gomes sobre o contingenciamento. A situação é tão grave que o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Targino de Araújo Filho, admite que os/as reitores/as já estão pensando num suposta “precisão cirúrgica” para tentar diminuir os estragos provocados pela redução de verbas. “Estamos estudando cuidadosamente o nosso orçamento pra ver onde que seria possível ter algum corte.”



Assessoria de Imprensa da ADUFMS-Sindica


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