A Adufms Seção Sindical do ANDES-SN, em Mato Grosso do Sul, concentrou as ações do primeiro semestre em cobrar condições de trabalho e estudos para docentes e estudantes. No dia 16 de março, o sindicato entrou com pedido junto à reitoria em que pede a suspensão das aulas remotas, rebatizadas de aulas programadas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS.
O sindicato reivindicou a participação das entidades de classe no Comitê Operativo de Emergência (COE) responsável em implementar ações contra a Pandemia do Covid 19, instituído pela portaria UFMS nº 387, de março de 2020.
A direção da entidade teceu críticas a forma autoritária em que as decisões estão sendo tomadas no campo administrativo e pedagógico, nas instâncias superiores da universidade. Como resposta, a reitoria excluiu a participação dos representantes da ADUFMS Seção Sindical e do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos administrativos (Sista-UFMS) da instância, mesmo com representação legal garantida no Conselho Universitário (COUN) e no Conselho Diretor (CD).
Para compensar a decisão antidemocrática, a administração da UFMS tentou abrandar a retaliação. Criou o Comitê de Discussão do Coronavírus com a participação virtual com a representação da administração, docentes, discentes e técnico administrativos em duas reuniões.
As duas reuniões apresentaram caráter limitado de diálogo, em que predominou a intransigência das decisões adotadas pela reitoria. Depois a instância não voltou a se reunir por falta de convocação da administração central. Mesmo assim, a representante da Adufms-Seção Sindical voltou reiterar pedido docente de suspensão das aulas remotas, criação de ações de auxílio aos estudantes e de condições de trabalho aos docentes.
A administração da UFMS foi intransigente quanto a suspensão do semestre. A postura forçou a ADUFMS Seção Sindical encaminhar denúncia ao Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul. Ponderou sobre os riscos de retorno às aulas em pleno período de expansão dos casos de contaminação no Estado pelo Covid 19. O retorno das aulas presenciais ainda no período de pandemia foi adiado por três vezes pela UFMS e atropelada por portaria do MEC proibindo aulas presenciais. O MPF alegou a intempestividade, em razão da administração já ter protelado o retorno das aulas quando da avaliação do pedido. Encaminhou, porém, uma lista de procedimentos que deveriam ser recomendados como preparação a possibilidade de retorno das aulas.
Após a decisão, a ADUFMS também entrou representação na Justiça Federal pedindo a suspensão do calendário acadêmico. Expôs as condições adversas para os docentes trabalharem pelo sistema de aulas remotas (programadas) durante a vigência do primeiro semestre. Alertou ainda para o risco de perda na qualidade de ensino, particularmente em relação aos estágios, disciplinas em laboratório e da falta de acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação ( TICs) por parte dos alunos carentes, maioria na instituição. A solicitação não foi acatada, com a Justiça alegando a autonomia para a UFMS tomar as medidas necessárias diante das imprevisibilidades causadas pela Pandemia.
Mesmo não surtindo o efeito de suspender o semestre letivo, as providências encaminhadas no campo jurídico serviram como instrumento de pressão à falta de planejamento e improvisos da atual administração. Resultaram na obrigação da instituição definir políticas e normas internas de biossegurança à prevenção e propagação do Covid 19, além do oferecimento de cursos “online” de TICs à comunidade universitária.
A pressão sindical também apresentou como desdobramento a instituição do auxílio alimentação, auxílio moradia, oferecimento de recursos acesso à internet, aquisição de plataformas de recarga, cadastro de estudantes EPIs e cadastro para equipamento computacional, essenciais aos estudantes com vulnerabilidade socioeconômica.
Assessoria de imprensa da ADUFMS-Sindicato