Após espera de quase uma hora, diretores do Andes-SN e representantes do Comando Nacional de Greve dos docentes federais foram recebidos nessa terça-feira 23 na Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu-MEC) para a primeira reunião com representantes do governo, desde o início da greve, em 28 de maio
Andes-SN
Contrariando a expectativa dos/das professores/as, de que seria iniciado um processo de negociação efetiva com base na pauta de reivindicações apresentada pelo movimento, as respostas apresentadas pela Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação (Sesu-MEC) à carta entregue pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) no dia 22 de maio não sinalizam nenhuma abertura efetiva de negociação frente à pauta apresentada pelos/pelas docentes.
Após duas horas de discussões pontuais e de explicar como o MEC está buscando trabalhar dentro dos cortes apresentados pelo governo que afetam diretamente os orçamentos de custeio e capital das Instituições Federais de Ensino, da ordem de 10% e 47% respectivamente, o secretário de Ensino Superior, Jesualdo Pereira Farias, disse que as questões relativas à carreira docente poderiam ser tratadas num grupo de trabalho a ser pensado depois de 15 de julho e que, em relação à valorização salarial de ativos e aposentados, é necessário aguardar a resposta do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
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a carta entregue pelo Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes-SN) no dia 22 de maio e
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a resposta recebida nessa terça-feira 23.
Para o presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo, o documento apresentado pela Sesu-MEC, como sendo uma resposta à pauta do Sindicato Nacional, não reconhece as reivindicações da categoria docente e ainda aponta para a aprovação do PL 2.177/2011, que prevê reforçar a autonomia das universidades via privatização.
“Nas questões que são significativas para nós, como a reestruturação da carreira e valorização salarial, o documento não traz respostas e sinaliza que esses pontos devam ser tratados ou em um GT [grupo de trabalho], o que já sabemos que não resulta em nada, ou junto ao Ministério do Planejamento”, comentou.
Em relação aos problemas de infraestrutura e condições de trabalho, alguns dos fatores que levaram à greve nacional dos docentes federais e que foram aprofundados pelo ajuste fiscal, de acordo com Paulo Rizzo, “o secretário da Sesu admitiu que os cortes existem e disse que o MEC está buscando atuar para minimizar o impacto dos mesmos”, contou.
Rizzo ressaltou que diversas IFE já encontram dificuldade de funcionamento por conta da falta de recursos e que essa redução no orçamento deve impactar estruturalmente a educação federal.
“Nós consideramos que o que foi apresentado hoje [terça-feira 23] não responde à nossa pauta de reivindicações e vai à contramão da mesma, pois aponta que aparentemente está tudo bem. Agora é o momento de intensificar e ampliar a nossa greve. É hora de parar para fazer o governo negociar efetivamente com os professores federais”, ressaltou.
O presidente do Andes-SN disse que o Comando Nacional de Greve se reúniria ainda na noite de terça-feira 23 para avaliar a reunião com a Sesu-MEC e encaminhar um comunicado às seções sindicais.