Mais de 100 estudantes participaram, nesta terça-feira (18 de outubro), do ato contra a política de cortes na educação executada pelo governo de Jair Bolsonaro. A manifestação ocorreu na UFMS e foi convocada pela UNE (União Nacional dos Estudantes) e pelos Centros Acadêmicos Organizados da UFMS.
Ingryd Trigilio, estudante de Ciências Sociais e vice-presidente da UNE, afirma que, apesar da chuva – que impediu um número maior de participantes –, a adesão foi satisfatória. “Acho que o movimento estudantil é muito forte, mas tem dificuldade de mobilização. A partir do momento em que você movimenta trabalhos dentro da universidade, acaba agregando mais estudantes. Porque quanto maior, mais tem força para mostrar que o movimento estudantil está vivo e potente, latente”, explica a acadêmica.
Em Corumbá e Três Lagoas, houve plenárias para tratar de mobilizações a respeito dos cortes. No caso de Corumbá, foi realizada uma aula pública sobre os confiscos e a PEC 32, que, se aprovada, reduz direitos dos servidores federais e abre espaço para substituição dos concursos públicos por indicações políticas.
Política de cortes
O governo Bolsonaro havia anunciado, no dia 5 de outubro, o confisco de R$ 2,4 bilhões do MEC, sendo R$ 328,5 milhões das universidades e R$ 147 milhões dos institutos federais. Diante da repercussão negativa, o Ministério recuou e anunciou o desbloqueio. Mesmo com o recuo, as mobilizações continuam, já que durante toda sua administração, Bolsonaro praticou uma política de cortes e desincentivos à educação federal. Já em seu primeiro ano de gestão, em 2019, cortou R$ 926 milhões da área. Em 2021, reduziu em quase R$ 5 bilhões o orçamento do Ministério e vetou mais R$ 2,2 bilhões.
Os valores retirados das instituições somariam mais de R$ 763 milhões somente no ano de 2022. O impacto faria com que as instituições não tivessem condições de pagar suas contas de água, luz, despesas com pessoal, serviços de segurança, limpeza e assistência estudantil. Jair Bolsonaro chamou a medida de “contingenciamento”, no entanto, na prática, o que ocorreu foi um congelamento de recursos.