Nota de repúdio ao aumento da violência política no Brasil

A Adufms vem a público se manifestar a respeito do crescimento da violência por motivações políticas no Brasil, conforme divulgado pelo relatório do Observatório de Violência Política e Eleitoral, órgão vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) nesta segunda-feira, 11 de julho.

De acordo com o estudo, coordenado pelo professor Felipe Borba, no primeiro semestre de 2022, houve 214 registros de casos de violência motivados por divergência política no Brasil. É um aumento de 32,9% em relação a 2020, quando foi realizado o último levantamento anterior, foram 161 casos nos primeiros seis meses. Neste ano, a única unidade da Federação que não registrou casos do tipo foi o Amapá.

Embora o homicídio de Marcelo Aloizio de Arruda, no domingo (10 de julho) tenha gerado comoção nacional pelo contexto em que ocorreu, em sua festa de aniversário, o estudo aponta que houve 40 assassinatos por razões políticas,19 deles no último trimestre, dentre os quais quatro ocorreram no Paraná. Além dos homicídios, há ainda as ameaças, diretas ou contra familiares, geralmente realizadas por meios digitais, onde milícias virtuais agem sob o véu do anonimato.

Anteriormente, houve outros casos de ampla repercussão na imprensa e na opinião pública, como o despejo de resíduos via drone durante um ato político em Uberlândia, no dia 15 de junho, bem como a explosão de uma bomba caseira em um comício no Rio de janeiro, no dia 7 de junho. O documento aponta que, dentre as legendas, as que mais foram vítimas de casos de violência foram o PSD (19), Republicanos (18) e, em seguida, PT e PL (ambos com 17 casos).

A Adufms repudia com veemência a violência política e acredita que é por meio da diversidade de ideias que a sociedade progride, a partir da escuta, da discussão saudável e construtiva de propostas, bem como do diálogo. Somente a partir do debate democrático, compreensivo e plural poderemos crescer e construir um país com mais justiça e com liberdade para todas as pessoas, independentemente de seu posicionamento ideológico.