Foi iniciada nesta segunda-feira (26 de setembro) a greve dos trabalhadores e trabalhadoras da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), em Campo Grande. A categoria reivindica o reajuste salarial, que não ocorre há quatro anos. Durante a manhã, foi realizado um ato em frente ao Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), também conhecido como HU ou Hospital Universitário da UFMS.
O Sintsep (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) afirma que a paralisação contou com a adesão de 40% dos profissionais do HU. De acordo com Wesley Cássio Goully, secretário-geral do Sintsep, afirma que chegou a ser oferecida uma redução salarial, através da diminuição do adicional de insalubridade. “Seria um valor impactante e, a partir dessa falta de proposta, a gente decidiu entrar em greve por tempo indeterminado”, afirma.
Goully explica que a proposta havia sido feita durante a pandemia, quando os trabalhadores da área da saúde se expunham para desempenhar sua função, ainda sem perspectiva de vacina. “Criou-se um sentimento de revolta entre os trabalhadores que atuaram bravamente na pandemia da Covid-19. Além de não propor aumento, o governo federal, através do Ministério da Economia e da direção da empresa, apresentaram proposta de redução da insalubridade, diminuindo o salário dos trabalhadores”.
O movimento grevista tem atuação nacional, conforme discorre o dirigente sindical. “Atualmente temos 39 hospitais universitários no país em greve. Concretamente, a direção não apresenta proposta de reajuste salarial. Aguardamos que a pressão do movimento de greve abra um canal de negociação entre a empresa e os trabalhadores”, ressalta.
Wesley Cássio Goully destaca, também, que os serviços não serão totalmente paralisados, já que são essenciais à vida humana. “Os profissionais têm compromisso em manter a saúde e restabelecer as vidas dos nossos usuários internos, e das atividades essenciais que vierem a aparecer nesse período de greve. A gente não vai parar em 100%, mas vai diminuir consideravelmente”.
O objetivo do movimento é fazer o governo se se disponibilizar a negociar. “Nosso pedido não é absurdo, a gente merecia o mínimo de consideração depois dos trabalhos prestados durante a pandemia, onde a gente lutou o máximo para manter as vidas das pessoas. São trabalhadores que se dedicaram intensamente a salvar vidas e agora passam por esse constrangimento”, finaliza o secretário-geral.
O presidente da Adufms, Marco Aurélio Stefanes, afirma que a mobilização dos funcionários da Ebserh é muito importante para pressionar pela correção salarial e melhores condições de trabalho. “A reivindicação é legítima, diante de tantos anos sem reajuste para os trabalhadores que estiveram na linha de frente durante a pandemia”, pontua.
A Ebserh publicou uma nota, em que afirma que “a relatora do dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST),ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, determinou o percentual mínimo de manutenção de trabalhadores, em seus respectivos locais de trabalho, na base de 50% em cada área administrativa e de 60% para cada área médica e assistencial, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00, em caso de descumprimento”.