Brasil perdeu 83,8 bi em educação federal nos últimos sete anos, aponta estudo

Um levantamento recente realizado pelo Observatório do Conhecimento revela que, em sete anos, o orçamento para a educação federal no Brasil perdeu 83,8 bilhões de reais. O estudo também estima que as perdas no investimento em educação e ciência sejam em torno de 98,8 bi e que possam chegar a 100 bi em 2022.

Em 2014, primeiro ano da série histórica analisada pelo relatório, o orçamento destinado à educação superior foi de 27,81 bilhões de reais. Em 2021 esse valor foi de 10,57 bi – ou seja, apenas 38% do que foi destinado naquele ano, podendo haver uma perda ainda maior neste ano.

O documento aponta que, “para que o valor empenhado em 2014 no Orçamento do Conhecimento tivesse se mantido constante em termos reais, quase R$ 84 bilhões deveriam ter sido gastos a mais nestas áreas, relativas ao Ensino Superior, Pesquisa e Inovação”. Todos os custos da UFRJ, por exemplo, somaram 3,3 bilhões de reais em 2021. O estudo demonstra que, caso o investimento não tivesse reduzido drasticamente, este valor seria suficiente para manter 665.230 bolsas de mestrado durante sete anos ininterruptos.

Vale lembrar que o governo de Jair Bolsonaro, desde o início, tem atacado a educação superior. Ainda em 2019, o ex-ministro Abraham Weintraub anunciou um congelamento de 30% no orçamento para instituições federais, que acusou de servirem como espaço de “balbúrdia” e de “plantarem maconha”. No mesmo ano, realizou cortes que inviabilizaram 11 mil bolsas de pós-graduação.

Em 2022, Bolsonaro bloqueou 14,5% do repasse para custeio e investimento nas universidades e institutos federais, o que representa uma quantia de 3 bilhões de reais em toda a verba para instituições federais de ensino. Enquanto isso, o governo destinou 699 milhões de reais a parlamentares de seu partido, o PL, pelo chamado “orçamento secreto”, ou seja, verbas liberadas sem necessidade de justificativa e cujos beneficiários não tinham seus nomes divulgados, até determinação do STF exigindo a identificação de quem utilizou o recurso.

Para conferir o relatório do Observatório do Conhecimento, clique aqui.