Para onde caminha o movimento docente: 8º CONAD ANDES SN

Mariuza participando da 8a Conad online  alerta sobre distanciamento da base sindical Nos dias 30 e 31 de julho, aconteceu o 8º CONAD. O evento sindical reuniu 71 Associação de Docentes (ADs). Contou  com a participação de 65 delegados(as); 133 observadores(as); 20 diretores(as), totalizando 224 docentes. Da ADUFMS participaram os dirigentes José Roberto Rodrigues de Oliveira, vice-presidente da entidade, eleito delegado ao evento e as  Prof.ª Rejane Candado – Secretária Geral e profª Mariuza Aparecida C. Guimarães – como observadoras indicadas pela Direção Colegiada, conforme decisão da assembleia geral realizada em 15.07.2020.

A reunião discutiu a prorrogação do mandato da atual direção, cujo a gestão se expirou no dia 27 de junho último.  O ponto de pauta já havia sido discutido previamente na diretoria.  Como desdobramento, a assessoria jurídica do ANDES-SN ajuizou ação para que a direção pudesse manter todos os direitos legais e estatutários para que a entidade mantivesse suas atividades políticas, financeiras e administrativas. 

A prorrogação se fez necessária em razão da pandemia, que impossibilitou a realização das eleições previstas para o dia 13 de maio de 2020, conforme decidido no 39º Congresso, realizado em fevereiro deste ano. Duas chapas se inscreveram para o processo eleitoral, mas com devido a Covid 19, a eleição foi suspensa em concordância com as chapas e a comissão eleitoral.  

O 8º CONAD aconteceu de forma virtual, o que não impediu as discussões acaloradas, apesar do limite da separação entre delegados e demais participantes, em salas distintas. A programação se dividiu em Plenária de Abertura, Plenária de Conjuntura, Plenária de Textos e Plenária de Encerramento.

Na plenária de Conjuntura, os textos encaminhados para composição do Caderno de Textos do 8º CONAD, conforme o Estatuto do ANDES, foram apresentados por seus signatários (as) e abertos à discussão. Nesta pauta, a ex-presidenta da ADUFMS Seção Sindical e atual membra do GT de Formação e do GT de Comunicação da Entidade, Mariuza Guimarães, como observadora, defendeu que conjuntura exige uma postura mais próxima da base. Considerou que em várias entidades sindicais tem cerca de 50% dos filiados a entidades sindicais docentes são de aposentados, com um crescimento de filiados aquém do número de ingressantes. Destacou que por meio de concurso, nas universidades públicas federais, foram empossados mais de 7.600 professores, nos últimos anos. Ponderou que nova geração, apesar de serem beneficiadas programas e políticas públicas, em sua maioria sem nenhuma experiência de luta social,  acaba caindo no conto da meritocracia, conceito que subestima a ação do coletivo como necessária às conquistas e sua manutenção, sobretudo, por meio dos sindicatos, sistematicamente atacados pelo Governo Federal, mas que têm sobrevivido. 

A dirigente destacou que, a efetivação do ensino remoto nas universidades que  mantiveram o calendário escolar do primeiro semestre, aconteceu à revelia da posição das entidades representativas. No caso da UFMS, a criação Comitê Operativo Emergencial (COE) se sobrepôs ao papel dos colegiados superiores (COUN e CD) e não acatou a solicitação das entidades de docentes e técnicos para compor a instância. Interpreta que o movimento sindical no pode ficar no discurso da negação frente ao que vem acontecendo, mas sim, debater alternativas diante da realidade imposta pela pandemia e dialogando com as necessidades mais prementes da categoria.

Na Plenária de textos falaram as duas candidatas à presidência nas chapas inscritas para o pleito,  suspenso temporariamente. A Profª Rivânia Moura (UERN), da Chapa 1 “Unidade para lutar: em defesa da Educação Pública e das Liberdades Democráticas” se manifestou falando da necessidade de um movimento que privilegie a história do Andes SN, seu acúmulo, o cumprimento do Estatuto, entre outros temas. Já a Profª Celi Taffarel (UFBA), da Chapa 2 “Renova Andes”, destacou a necessidade de unidade da classe trabalhadora, da defesa da vida neste momento tão grave da crise sanitária, ignorada por um governo de ultradireita, que penaliza os (as) trabalhadores (as), em especial do serviço público. Apontou ainda outras questões afeitas ao momento político, histórico e social em que vive a sociedade brasileira.

No debate sobre a prorrogação do mandato,  o delegado da ADUFMS,  prof. José Roberto, defendeu a ampliação do mandato  da atual direção por mais 90 dias, além da organização de eleição online para escolha da nova diretoria. Todavia, venceu a proposta de prorrogação do pleito por  90 dias, prorrogáveis por mais 90 e a realização de novo CONAD, em setembro, para avaliação do quadro político e social e aí nova decisão sobre as eleições do ANDES SN.  Por enquanto, a eleição continua suspensa e a direção do Andes SN continua resistindo debater sobre as reais necessidades da categoria, que extropole as convicções formadas nos últimos anos e que hoje não dialoga com a base.

Guimarães Mariuza ressalta que a luta continua! Em defesa da universidade pública, gratuita, laica, de qualidade socialmente referenciada e autônoma!