Cograd-UFMS exclui oferecimento do curso Leducampo





A  reunião do Conselho de Graduação (Cograd), ocorrida em junho de 2018 vetou o reoferecimento do curso de Licenciatura do Campo – Leducampo a partir de 2019 pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. A direção da

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atribuiu a decisão à política conduzida pela atual equipe que comanda o Ministério da Educação (MEC) de fechamento da modalidade em todo o País e que encontra ressonância na atual administração da Universidade. Para direção da entidade sindical, a decisão é uma forma de retaliação ao protesto promovido na porta da Reitoria.

A intenção da administração suspender o curso já foi manifestada em dezembro do ano passado em reunião da reitoria com a diretoria da

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. A justificativa apresentada pela administração central da UFMS foi o alto valor do custo aluno. Apresentou como alternativa a migração do curso presencial para modalidade à distância. A entidade, no entanto, manifestou-se contra a decisão, visto que o curso já contava com corpo docente estruturado, composto por mais de 14 professores com titulação de mestrado e doutorado. Além disso, a entrada de duas turmas em 2018 já estava prevista na matriz orçamentária do Ministério da Educação. Também achou incompatível a proposta pedagógica de alternância e de vivência com oferecimento online das disciplinas.

O não-oferecimento do curso no segundo semestre deste ano virou alvo de protesto de alunas/os, professores/as e representantes dos movimentos sociais no primeiro semestre deste ano. A manifestação trancou o portão principal de acesso à Reitoria. A liberação do tráfego só aconteceu após o reitor Marcelo Augusto Santos Turine receber comissão composta por estudantes e docentes da Leducampo. Na conversa Turine se comprometeu em manter a entrada no curso no no de 2019.

A coordenadora do Movimento Sem-Terra em Mato Grosso do Sul e aluna do Leducampo UFMS, Marina Ricardo Nunes Viana, lamentou a decisão adotada pela Prograd e o descumprimento do acordo firmado com a Reitoria. Disse que pretende se reunir com a Diretoria da Faed, para saber os motivos da exclusão do Leducampo dos cursos da UFMS e se necessário articular alunos, professores e entidades dos movimentos sociais do campo e da cidade para novos protestos pelo reoferecimento do curso em 2019.

O pedido de inclusão do reoferecimento do curso de Leducampo em 2019 não foi aceito na reunião do Cograd da última terça-feira, mesmo diante de insistentes pedidos formulados pela representante da Faed no Cograd e coordenadora do curso de Pedagogia, Raquel Elizabeth Saes Quiles, e também pela diretora da Faculdade de Educação  (Faed), Ordália Alves de Almeida.

De acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de Mato Grosso do Sul, do ano de 2010, 14% da população do estado viviam no campo. O Leducampo UFMS tem mais de 160 alunos matriculados, divididos em três turmas. Grande parte jovens assentado ou proveniente da Zona Rural. Tem como objetivo a fixação de professores na área rural, com a adequação de métodos pedagógicos a realidade do campo e da agricultura familiar.

Para Ordália Almeida, a manutenção da graduação Leducampo é uma necessidade política e social de Mato Grosso do Sul. Esclareceu que do ponto de vista administrativo e pedagógico cumpriu toda a tramitação para o reoferecimento do curso na modalidade presencial, com a aprovação no Colegiado de Curso Leducampo e no Colegiado da Faed. Apresenta como alternativa, agora, solicitar, em caráter de urgência, a inclusão na Cograd ou recurso no Conselho Universitário. “Temos que garantir a formação diferenciada, em termos metodológicos e predominância da Pedagogia da Alternância”, esclareceu.


Assessoria de imprensa da ADUFMS-Sindicato.