Audiência pública na UFMS debate censura à arte






A audiência pública “Arte! MS contra a Censura” resulta da ação de artistas, estudiosas, estudiosos, professoras e professores contra a repressão à arte no Brasil. Esse tipo de censura acontece em regimes autoritários.


O evento será realizado por meio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS). A audiência é nesta quinta-feira 5 de outubro a partir das 13h30min na Cidade Universitária Campo Grande, Unidade 6 (ao lado da Biblioteca) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), porque o auditório do parlamento estadual está sendo reformado.


Debaterão sobre o tema deputados, juristas, curadores/as de arte, conselheiros/as da cultura, docentes de arte, artistas de artes visuais e de teatro. Ao final do evento será redigido um documento para ser encaminhado às autoridades pertinentes e ao público. A proposta de discutir o assunto se deu em razão da censura e apreensão de obra  da exposição Cadafalso da artista mineira Ropre (Alessandra Cunha), no Marco (Museu de Arte Contemporânea) em Campo Grande, no mês passado.







A nudez expressa a plena liberdade do ser humano, da sensibilidade e criatividade do artista

. Foto: Jaqueline Bezerra


Para o professor da UFMS e pesquisador de arte contemporânea, Paulo Cesar Duarte Paes, “a referida exposição aborda poeticamente uma denúncia contra o machismo na sociedade brasileira e em nada fere os direitos de crianças e adolescentes, muito menos seria um estímulo à pedofilia”.


A instituição de arte Marco tem conselho e curadorias formados por profissionais qualificadas/os. Houve desrespeito à arte e ao museu. O fato de quatro deputados terem feito um Boletim de Ocorrência contra a exposição não dá à Polícia Civil o direito de reprimir a arte.


O fechamento da exposição Queer em Porto Alegre, a ação policial contra uma

performance

no Serviço Social do Comércio (Sesc) em Brasília, a investida contras as obras de Gervane de Paula retiradas do Shopping em Cuiabá e a campanha

antiperformance

no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM)  são parte do crescente movimento que é comum em regimes de exceção, autoritários, ditatoriais. Todas e todos estão convidados para esse relevante debate e posicionamento diante do papel da arte na sociedade.