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Sindicalismo

Adufms organiza atividade de formação sindical nesta sexta

A Adufms realiza, nesta sexta-feira (15 de setembro), uma atividade de formação sindical aberta para debater a conjuntura atual. O evento ocorre das 18h às 21h e contará com uma mesa de debate com o professor Dr. Helder Molina, o engenheiro Adilson Nascimento dos Santos e a professora Dra. Jennifer Webb Santos.

Helder Molina é historiador, mestre em Educação e doutor em Políticas Públicas, atualmente docente pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e membro da Aduerj (Seção Sindical dos Docentes da UERJ).

Adilson Nascimento dos Santos é engenheiro agrônomo, mestre em Desenvolvimento Rural, servidor público do Ministério da Agricultura, diretor de Comunicação do Sintsep-MS (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) e membro da Direção Nacional da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal).

Jennifer Webb Santos é pedagoga, especialista em Metodologia da Educação Superior, mestre e doutora em Educação, docente pela UFPA (Universidade Federal do Pará) e primeira-tesoureira do Andes-SN (Sindicato Nacional de Docentes das Instituições de Ensino Superior).

A discussão sobre a mesa de conjuntura trará elementos sobre os processos políticos e sindicais que perpassam a garantia de nossos direitos, seja com relação ao que precisa ser revogada quanto àquelas leis que ainda precisam ser aprovadas. “A ideia é instrumentalizar o sindicato para a luta que precisa ser travada e que é o seu papel”, destaca a professora Dra. Mariuza Guimarães, presidenta da Adufms.

O encontro ocorrerá na sede da Adufms, localizada na Avenida Filinto Müller, número 558, quase em frente ao Hospital Universitário da UFMS.

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Adufms Evento Sindicalismo

Sindicalismo e governo Lula serão debatidos nesta terça na Adufms

Ocorre nesta quarta-feira (4 de junho) o debate “Sindicalismo e o governo Lula”, na sede da Adufms Campo Grande. O evento reunirá os professores Daniel Abrão (UEMS), Marcelo Batarce (UEMS) e Jaime Teixeira (educação básica, presidente da Fetems), com mediação dos professores Mariuza Guimarães (UFMS, presidenta da Adufms) e Esmael Machado (UEMS, presidente da Aduems).

O encontro será iniciado às 19h (horário local) e conta com apoio da Adufms, Aduems, Fetems, Comitê MS Revoga NEM e  da corrente Educadores em Luta.

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Manifestações Nota Sindicalismo

Nota de solidariedade à luta das/dos docentes da Rede Municipal de Campo Grande

A Adufms se solidariza com a luta das/dos professoras/es da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande, diante dos descalabros do prefeito Marquinhos Trad e de sua gestão. Diante da luta de profissionais da educação básica que reivindicam a correção salarial, Trad anunciou o corte do ponto de docentes que aderirem à paralisação.

Convocado pelo Sindicato Campo-Grandense de Professores/as da Educação Pública (ACP) após decisão em assembleia, o ato de paralisação ocorre na tarde desta sexta-feira (11 de março), em frente ao Paço Municipal, após a Assembleia Geral da ACP. A reivindicação é o cumprimento da Lei 5.411/2014, que estabelece o piso de 20h, com a garantia jurídica do acordo com a Prefeitura, que prometeu reajuste de 67,13%.

Repudiamos a fala do prefeito, publicada por meio de vídeo em redes sociais, em que além de ameaçar as/os docentes com o corte do ponto, Marquinhos Trad afirma que “bons profissionais” não podem ser “penalizados pela atitude de alguns”, em evidente desprezo pela luta de professoras/es que aderiram à paralisação para reivindicar melhorias a toda a categoria. 

Repudiamos, também, a cobertura do site Campo Grande News, que, em matéria publicada na data do ato, chama o anúncio de greve de “ameaça” e que, na data anterior, chamou a postura autoritária de Marquinhos de “pedido de bom senso” e afirmou que a paralisação “deixa 109 mil alunos sem aula”, sem ressaltar que a reivindicação docente é que o município simplesmente cumpra a Lei. 

Lembrar nunca é demais

Demanda histórica da categoria, o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) foi sancionado pela Lei 11.738/2008, durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil. A aprovação da Lei deu fim a uma luta de mais de 200 anos dos professores da educação básica deste país. 

A partir dali, iniciou-se uma nova batalha, agora com governadores estaduais e prefeitos, já que a remuneração do magistério da educação básica é paga com recursos dos estados e municípios – considerando que a política educacional e de financiamento da educação é descentralizada no país, quando se trata da educação básica.

Importante ressaltar que foi também no governo Lula que a principal política de financiamento da educação básica foi aprovada, ampliando o direito à educação. Trata-se do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais (Fundeb).

Foi o Fundeb que garantiu o lastro jurídico-legal para a instituição, por lei específica, do PSPN e que garantiu que o mesmo reajuste anual do valor aluno-ano também fosse aplicado à remuneração dos professores da educação básica, objetivando a valorização profissional e ampliação da qualidade da educação.

O primeiro governador a atentar contra a Lei do PSPN foi o de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, por meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN). Com ele, mais quatro governadores assinaram a ADIN (todos do MDB) e contaram com o apoio de mais cinco governadores (estes todos do PSDB).

Tal fato atrasou o pagamento do PSPN e demais direitos docentes que a Lei instituiu por anos na maioria das unidades federadas (estados e municípios), até o Supremo Tribunal Federal (STF) dar ganho de causa aos/as professoras/es, cujo processo só teve desfecho em 2021.

Foi por tudo isso que, em Mato Grosso do Sul e na maioria de seus municípios, o PSPN só começou a ser pago em 2014, quando o movimento sindical docente – representado por entidades como CNTE, Fetems, ACP e seções do Simted – conseguiu fazer valer sua força.

Mesmo assim, o PSPN vem sendo pago de forma escalonada, o que significa que o reajuste dado nacionalmente não é assumido integralmente por governo e pelos prefeitos. É por isso que hoje, uma/um professora do município de Campo Grande, ao receber sua remuneração, recebe somente o equivalente a 55% do PSPN quando se considera a carreira docente, instituído mediante Lei Municipal.

Portanto, é falácia e populismo do governo Bolsonaro quanto ao reajuste do PSPN em 33,23%. A correção salarial que deve valer é de fato esta. No entanto, o reajuste mantém, simplesmente, a “base no crescimento percentual dos valores mínimos do FUNDEB de dois anos anteriores. O valor para 2022 será de R$ 3.845,34, com crescimento de 33,23% frente ao valor de 2020”. Lembramos que em 2021 o piso não teve reajuste (CNTE, 2021).

Devemos lembrar também que o atual valor aluno-ano mínimo do Fundeb para Mato Grosso do Sul é de 5.233,18 reais e que o município de Campo Grande recebe, ano a ano, receitas do Fundeb do estado, além da sua própria receita do fundo; que em 2021, a receita total do Fundeb em Campo Grande foi de 668.742.545 reais e que, além dele, a Prefeitura deve ainda investir na educação, no mínimo, 5% das receitas de impostos municipais. Entre 2015 e 2021, as receitas de impostos de Campo Grande cresceram 65% e se observa o mesmo crescimento das receitas tanto do FUNDEB quanto para manutenção e desenvolvimento do ensino.

Por tudo isso, declaramos todo apoio as/aos professoras/es da rede municipal de ensino de campo grande que neste momento lutam por seus direitos e pelas suas condições materiais de existência!

 

Sindicato dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Adufms

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Diversidade Sindicalismo

8 de março é data de luta e tem origem sindical

8 de março é celebrado como uma data de luta pelos direitos das mulheres. Você realmente conhece essa história?

A institucionalização do dia 8 de março como uma data para celebrar a luta das mulheres foi proposta pela jornalista e militante alemã Clara Zetkin, durante a Conferência de Mulheres Socialistas de 1910, em Copenhague, capital da Dinamarca. Na ocasião, movimentos sindicais reivindicavam direito à licença-maternidade, voto feminino e outras pautas de cunho feminista. Originalmente, o nome era “Dia da Mulher Proletária”.

A partir dali, o movimento operário internacional passou a organizar anualmente mobilizações durante o 8 de março. Em 1917, durante a data, houve uma paralisação das tecelãs russas por melhores condições de trabalho. A luta das mulheres foi o início da revolta popular que culminou na Revolução de Março, que derrubou o sanguinário czar Nicolau II.

A data sempre esteve ligada à luta sindical. Nos Estados Unidos, a partir de 1909, as celebrações à luta feminina eram feitas durante o último domingo de fevereiro, antes de se estabelecer o 8 de março como data internacional. A União Soviética, primeiro país do mundo a garantir direitos reprodutivos às mulheres, foi também a primeira nação a celebrar o Dia Internacional da Mulher oficialmente.

A Adufms celebra a luta das mulheres e relembra algumas daquelas que representam a resistência desta data. Por isso, escolhemos quatro mulheres para o cartão comemorativo do 8 de março: Dorcelina Folador, militante do MST e primeira mulher a ser prefeita de Mundo Novo, assassinada em represália à sua luta; Alanis Matheusa, primeira mulher transgênero negra a ser advogada em Mato Grosso do Sul; Marielle Franco, vereadora carioca cuja vida foi interrompida por aqueles que se viam intimidados por sua atuação combativa; e Dorothy Stang, freira católica que atuava na defesa da floresta amazônica e dos povos indígenas, morta por pessoas ligadas a elites agrárias.

Desejamos que esta luta não seja em vão – e que o Dia Internacional da Mulher seja uma data de reflexão e resistência!

REFERÊNCIAS:

Dia Internacional da Mulher: a origem operária do 8 de Março. BBC News Brasil, 7 de março de 2019.

GONZÁLES, Ana Isabel Álvarez. As origens e a comemoração do Dia Internacional das Mulheres. São Paulo: Expressão Popular/Sempreviva Organização Feminista, 2010.

 

 

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Manifestações Sindicalismo Universidades

Ministro Milton Ribeiro é recepcionado com protestos de entidades sindicais

Manifestação em frente ao IFMS protestou contra presença de Ribeiro para lançar bloco ainda não iniciado

No último sábado (5 de março), às 14h, entidades sindicais ligadas à educação superior organizaram um ato de recepção ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, que esteve no IFMS para o lançamento de um bloco que ainda será construído, segundo o próprio Ribeiro e a reitoria do Instituto. 

Manifestantes protestaram com questionamentos sobre o passaporte vacinal e pelo reajuste salarial de 19,99%, uma das demandas nacionais dos/as servidores/as públicos/as federais. O Instituto Federal, assim como a UFMS, está retomando as atividades presenciais sem exigência de passaporte vacinal e sem alimentação para estudantes.

O presidente da Adufms, professor Dr. Marco Aurélio Stefanes, destacou os cortes nas verbas para as universidades federais, que vêm ocorrendo desde o início do governo Jair Bolsonaro. “O corte de mais de 2 bilhões do orçamento das universidades é inadmissível num contexto como esse”, afirma.

Stefanes também chama atenção para os posicionamentos do ministro contra a diversidade e a inclusão. “E esse ministro, em particular, já se manifestou contra a educação inclusiva. Ele defende que pessoas com deficiência atrapalham o processo educacional – um desconhecimento de caso e uma maldade”. Em agosto de 2021, Ribeiro afirmou que estudantes com deficiência em salas de aula com o que classificou como “não aprendem” e “atrapalham”, quando estão em salas de aula com o que classificou como “normais”.

O professor também lembra que Ribeiro, assim como demais membros do governo federal, trabalha contra o avanço da ciência e em prol do negacionismo científico. “Ele vem lançar uma obra que sequer se iniciou, então ele leva a educação para o buraco e vem inaugurar um buraco. Mas mais do que isso, é o negacionismo da ciência. É uma pessoa que trabalha contra o desenvolvimento científico, então para nós é importante essa manifestação contra alguém que não está trazendo, mas tirando recursos da universidade”.

Para o presidente da Aduems, Esmael Machado, a escolha da data e do horário foram uma forma do ministro de evitar uma pressão popular maior por parte da comunidade acadêmica. “Eu tenho convicção de que esse representante do governo escolheu um sábado à tarde, ainda em período de recesso acadêmico, para vir inaugurar uma obra que não existe, num período próximo às eleições presidenciais. Hoje está fazendo isso para publicidade. Para gerar mídia e notícia falsa, mas é fato, ele está aqui hoje para fugir”.

Marco Aurélio Stefanes também acredita que o momento foi escolhido estrategicamente para escapar de uma manifestação maior. “Não é à toa que esse ministro vem num final de semana, fugindo dos servidores, dos técnicos administrativos e dos estudantes, para fazer uma reunião fechada com empresários. Esse não é o papel de um ministro”.

A segunda-secretária do Sinasefe, Shirley Araújo, argumenta que a gestão do IFMS tem praticado um descaso com as demandas dos/as servidores/as e sequer se preocupa com a alimentação dos/as estudantes. “Os servidores não são ouvidos, eles fazem as coisas de baixo para cima, não estão tendo cuidado com a pandemia. Não aceitam de forma nenhuma o passaporte vacinal e, principalmente, não levam em consideração a merenda escolar. Para eles, é mais importante fazer prédio. É necessário, mas a fome do estudante deveria ser prioritária”.

No domingo (6 de março), Milton Ribeiro esteve na UFMS, acompanhado do deputado federal bolsonarista Loester Trutis, que responde judicialmente por falsa comunicação de crime após ter forjado, de acordo com a investigação, um atentado contra si mesmo.

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Texto e fotos: Norberto Liberator (assessoria de Comunicação)

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Sindicalismo

13º salário é conquista da luta sindical

O 13º salário é um benefício de final de ano que não está presente apenas no Brasil, mas também em vários países do mundo. Em muitos deles, é chamado de “gratificação de natal”, como é o caso de Portugal. Historicamente, o benefício é resultado de muita luta da classe trabalhadora, sobretudo através dos sindicatos.

No Brasil, o 13º foi instituído pelo presidente João Goulart (“Jango”), em 1962, por meio da Lei Federal 4.090. Anteriormente, foi na gestão de Jango como ministro do Trabalho do governo Getúlio Vargas, que o salário mínimo foi estabelecido. Em ambas as ocasiões, Goulart enfrentou críticas e protestos por parte de setores à direita, os quais argumentavam que as medidas afetariam a economia.

No caso do 13º salário, o jornal O Globo publicou, em letras garrafais, uma manchete intitulada “Considerado desastroso para o país um 13º mês de salário”, no dia 26 de abril de 1962, dois dias após a aprovação do projeto de autoria do deputado federal Aarão Steinbruch, aliado de João Goulart, na Câmara dos Deputados. A chamada representava a contrariedade de Roberto Marinho às políticas sociais que caracterizavam o governo Jango, o qual viria a ser derrubado com amplo apoio do Grupo Globo dois anos mais tarde.

No mesmo jornal, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) publicou, no dia 28 de abril daquele mesmo ano, uma nota na qual afirmava que a gratificação iria “alimentar com um excelente combustível a fogueira da inflação, que, pouco a pouco, devora o país”. A pressão, no entanto, não fez efeito. No dia 5 de julho, entidades sindicais organizaram uma greve geral, na qual uma das reivindicações era a instituição do 13º salário, cuja implementação ainda dependia de nova votação e da aprovação do presidente.

Realizada em capitais e grandes cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Belém, Recife, Salvador, Vitória, Campina Grande e Santos, a greve teve no Rio de Janeiro a maior mobilização e também a maior repressão. Em meio à onda de protestos, dezenas de pessoas saquearam estabelecimentos comerciais na baixada fluminense. Quando a polícia chegou, matou mais de 50 pessoas.

A repercussão da chacina e a força das mobilizações aumentaram o clima de insatisfação. O projeto foi aprovado no Senado e seguiu para sanção de João Goulart, no dia 13 de julho. Ao contrário do que bradavam O Globo, Fiesp, Carlos Lacerda e outros representantes da direita nacional, o 13º salário não foi desastroso e, pelo contrário, aumentou o poder de compra dos/as trabalhadores/as, aquecendo o comércio no final de ano. Em 2021, por exemplo, pesquisa do Dieese aponta que o pagamento do 13º pode injetar 233 bilhões de reais na economia.

Autor: Norberto Liberator (assessoria de Comunicação – Adufms)
Fontes: Agência Senado / Arquivos do jornal O Globo / Brasil de Fato / El País